FUNDAÇÃO

Carlos Gomes pelo Brasil
Reverenciado por sua obra, o maestro campineiro também tem reconhecimento e é estudado na cidade onde morreu, Belém do Pará

Antônio Carlos Gomes foi um dos maiores compositores da história da música erudita. Nascido em Campinas em 1836, ele é motivo de orgulho para os campineiros mais ligados à música. Mas engana-se quem acha que o maestro não é reconhecido em outras cidades brasileiras. Em Belém do Pará, onde Gomes faleceu, em 1896, sua obra e história de vida também são reverenciadas. Lá existe a Fundação Carlos Gomes, criada em julho de 1986, que através de projetos de extensão e pesquisa acadêmica visa divulgar o trabalho do compositor. Mais que isso, é a mantenedora do Instituto Carlos Gomes, terceiro estabelecimento de ensino musical do Brasil.

História

O Instituto Estadual Carlos Gomes de Belém do Pará, que detém o crédito de terceiro estabelecimento de ensino musical no Brasil: foi criado em 24/02/1895. Antes dele, no gênero "conservatório de música" (estabelecimento que oferece curso completo de educação musical) podem ser indicados apenas o Imperial Conservatório de Música, criado em 27/11/1841, iniciativa de Francisco Manuel da Silva, hoje Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro; e o Instituto Musical da Bahia, criado em 10/01/1895, derivado da antiga Academia de Belas Artes, de 1877, hoje integrado à Universidade Federal da Bahia; o quarto é o Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, criado em 15/10/1904.

Quando de sua última estada em Belém, 1895, o maestro Antônio Carlos Gomes foi convidado pelo então governador Lauro Sodré para viver em Belém e dirigir o Conservatório de Música mantido pela citada associação.
A instalação do Conservatório de Música antecedeu alguns meses a chegada de Carlos Gomes a Belém. A escolha do diretor da seção de música da Associação Paraense Propagadora das Belas Artes recaiu quando da apresentação de suas óperas no Theatro da Paz, muito apreciadas pelos paraenses.

 Carlos Gomes retornou a Milão para desfazer-se de seus pertences e voltou a Belém em 1896, assumindo a direção do Conservatório de Música até sua morte, em 16 de setembro do mesmo ano.

Em janeiro de 1898, o Governador Paes de Carvalho autorizou e converteu o Conservatório de Música em estabelecimento público, sob a denominação de Instituto Carlos Gomes. Em 1902, o governador Augusto Montenegro reformou o instituto, dando-lhe estrutura definitiva.

O instituto foi dirigido em sua primeira fase pelos renomados maestros Antonio Carlos Gomes, Enrico Bernardi, José Cândido Gama Malcher, Octávio Meneleu Campos e Paulino Chaves, que foi o último diretor, quando o Instituto foi desativado em 1908 pelo Governador Augusto Montenegro sob alegação de medida de contenção econômica.

O conservatório, que se vinculou à historiografia musical do Pará pela sua contribuição, ressurgiu em 1929, no Governo Eurico Valle, e com o apoio do então Intendente Municipal de Belém, Senador Antônio de Almeida Faciola, que havia integrado o seu corpo docente na arrancada inicial. Esse reaparecimento teve nos maestros Ettore Bosio e José Domingues Brandão e professores Cincinato Ferreira de Sousa e João Pereira de Castro os seus mais vibrantes entusiastas, que tornaram realidade a magna ocorrência em solenidade, presidida pelo Governador do Estado, em 11 de julho de 1929, no Theatro da Paz. Em 1930, o então Interventor Magalhães Barata considerou o Instituto Carlos Gomes como Estabelecimento Público de Ensino de Estado.
No período de 1929 a 1936, o Maestro Ettore Bosio exerceu a função de diretor do órgão. Com seu falecimento, sucedeu-lhe o professor de História e Estética da Música, João Pereira de Castro (1936-1942), que passou a exercer a direção administrativa do Instituto, ao lado da diretora artística, professora Helena Souza. 

Estrutura e cursos

O Corpo Docente do Instituto Estadual Carlos Gomes compõe-se de professores que lecionam os cursos de Piano, Cordas, Sopros, Canto Lírico, Percussão e Musicalização no atendimento a 1700 alunos, aproximadamente, na capital.

Conveniado inicialmente ao CNPq, foram convidados pelo governo do estado professores do Leste Europeu, Cuba e Estados Unidos, que lecionaram as cadeiras de Cordas (os mais antigos), Sopros e Teorética. A partir de 1992 (até 2002), teve a presença de um luthier búlgaro para o fabrico e manutenção dos instrumentos da escola. Esses professores exercem atividades de extensão, através da formação de grupos - duos, trios, quartetos, quintetos e a Orquestra Jovem.

Para mais informações sobre a Fundação Carlos Gomes, ligar no telefone (91) 3201-9471.

 

Programação

Museu

Monumento

Conservatório