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Orquestra Sinfônica de Campinas volta a se apresentar dias 23 e 24/03

23/03/2019
Celebração dos 90 anos da OSMC
 
 
 
 
 
 

fonte: www.campinas.sp.gov.br

A Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (OSMC) fará o primeiro concerto com venda de ingressos da temporada 2019 no próximo final de semana. As apresentações serão nos dias 23 de março, às 20h, e no dia 24 de março, às 11h, no Teatro Municipal “José de Castro Mendes”. Sob regência do maestro Victor Hugo Toro e com a participação do solista Winston Ramalho, Spalla (primeiro-violino), a OSMC apresentará músicas de compositores franceses.

Na primeira parte do concerto, obras com influência espanhola, com o compositor Jules Massenet e a obra Le Cid – Música de balé, e Édouard Lalo com a obra Sinfonia Espanhola para Violino e Orquestra, op.21. Já na segunda parte, será apresentada a obra monumental de Camile Saint-Saëns, a Sinfonia nº 3, op.78 em Dó menor (Sinfonia com órgão). 
 
Neste ano, a Orquestra Sinfônica Municipal comemora os 90 anos de fundação. Como parte da celebração, nos dias dos concertos haverá o lançamento do livro “Todas as Notas”, com comentários para os programas da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas entre 2003-2016, de Lenita W. M. Nogueira, que estará presente autografando os livros.
 
A obra apresenta extensa gama de informações sobre compositores e dados históricos relacionados a eles, buscando sempre informar de maneira acessível ao público que frequenta os concertos, aqueles que se interessam pela música sinfônica ou que desejam apenas conhecer melhor esta manifestação do espírito humano, sem a qual, segundo Nietzche, a vida seria um erro.
 
No palco
 
À frente da apresentação dos dias 23 e 24 de março estará o maestro Victor Hugo Toro, regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas e seu diretor artístico.
Nascido em Santiago do Chile, além de regente, Toro é também compositor e suas obras têm sido interpretadas por diversos grupos sinfônicos e de câmara. Recentemente foi laureado pela Sociedade Brasileira de Artes, Cultura e Ensino com a Ordem do Mérito Cultural “Carlos Gomes” com o grau de comendador, recebeu de parte da Câmara Municipal de Campinas a medalha “Carlos Gomes”, pelos relevantes serviços prestados à cidade.
 
Como solista no concerto estará no palco Winston Ramalho, um dos mais destacados violinistas brasileiros de sua geração e, como dizia seu grande mestre Tibor Varga, “Mãos perfeitas para o violino como as de Winston só nascem de 10 em 10 anos”. 
Durante seus estudos na Áustria também estudou música de câmara com membros do Quarteto Alban Berg, Vienna Piano Trio e Quarteto Hagen. Foi primeiro lugar de vários concursos nacionais e internacionais.
 
Winston Ramalho participou em concertos e recitais de câmara no Brasil e em países como Áustria, Alemanha, Hungria, Itália, Croácia, Bélgica, com renomados grupos e músicos, nacionais e internacionais. Também atuou como professor em vários festivais como na USP em São Paulo, onde lecionou e se apresentou ao lado de músicos das Filarmônicas de Viena e de Berlim, e no NEOJIBÁ (Núcleo Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia). Foi um dos ex-alunos escolhidos pela professora Elisa Fukuda para gravar o CD e DVD ao vivo em comemoração dos 20 anos da Camerata Fukuda. Em junho de 2017, Winston criou em Curitiba o 1° Violin Festspiele Brazil, quando mais de 60 violinistas de todo o Brasil tiveram aulas com ele e seus assistentes. Atualmente, leciona nos principais festivais do Brasil e América do Sul e é Spalla da Orquestra de Câmara de Curitiba e Camerata Antiqua de Curitiba. 
 
Compositores e obras
 
JULES MASSENET (Montaud, 1842-Paris, 1912)
Le Cid – Música de balé
 
A influência da imperatriz Eugenia de Montijo (Granada, 1826-Madri, 1920) na corte de Napoleão III estimulou o interesse que já havia na França pela cultura espanhola. Na música destacam-se obras como Sinfonia Espanhola de Eduard Lalo, Espanha de Emmanuel Chabrier, a ópera Carmen de Georges Bizet e, alguns anos depois, Ibéria de Claude Debussy e A Hora Espanhola de Maurice Ravel. Massenet não fugiu a esta corrente e, além de El Cid, escreveu outras óperas com tema ou ambiência espanhóis. 
O romance no qual foi baseada a ópera, Le Cid ou l’honneur castillan, foi escrito por Pierre Corneille (1606-1684). O libreto, de Édouard Blau e Louis Gallet, foi entregue em 1873 para Georges Bizet (1838-1875). Este trabalhou em El Cid concomitante com Carmen, mas acabou abandonando a composição. Em 1884 o libreto, aprimorado por Adolphe-Philippe D’Ennery, foi entregue a Massenet, que concluiu a ópera em 1885, ano da estreia no Theatre de L’Opéra em Paris com estrondoso sucesso. 
Na ópera francesa, a presença de balé é indispensável e Massenet também não fugiu à regra. Para emoldurar a tragédia de Rodrigo Díaz de Vivar (ca. 1043-1099) e sua amada Chimène, o balé, inserido no segundo quadro, ocorre na praça de Burgos e tem sete números: Castillane, Andalouse, Aragonaise, Aubade, Catalane, Madrilene e Navarraise.
 
ÉDOUARD LALO (Lille, 1823-Paris, 1892)
Sinfonia Espanhola para Violino e Orquestra, op.21
 
Aos 16 anos, Lalo foi para Paris estudar violino e composição e ali entrou no círculo do pintor Eugène Delacroix, tocou em orquestras, inclusive sob a regência de Hector Berlioz, deu aulas de violino e integrou o Quarteto Armingaud, que, por vezes recebia pianistas, como Clara Schumann e Camille Saint-Saëns. 
Compôs duas sinfonias, mas não teve sucesso como compositor até que conheceu o violinista Pablo de Sarasate (Pamplona, 1844-Biarritz, 1908), que o inspirou a compor uma série de peças para ele e outros intérpretes. Em 1847, Sarasate tocou na estreia do hoje quase esquecido Concerto para Violino de Lalo, que, no mesmo ano, iniciou a composição da Sinfonia espanhola, ambos dedicados ao violinista espanhol.
Embora chamada Sinfonia, que seria uma obra exclusivamente orquestral, trata-se, na verdade, de um concerto, já que tem um violino solista. Mas também não segue estritamente a forma de um concerto, que, em geral, tem três movimentos, aqui são cinco. 
A obra estreou em Paris em 1875, tendo como solista Sarasate que, segundo Alberto Bachmann, autor da Enciclopédia do Violino, combinava “graça, brilho e vitalidade selvagem em um grau extraordinário”. 
O primeiro movimento (Allegro non tropo) se inicia marcial, mas logo acontece a entrada do violino. A orquestra dialoga com o solista, alternando momentos marciais e líricos. O segundo movimento (Scherzando. Allegro molto) é baseado em uma seguidilha (como a aria da ópera Carmen, que estrearia em um mês sem grande repercussão). O terceiro movimento (Intermezzo. Allegro non tropo), por vezes omitido, é bastante virtuosístico com destacada ambiência espanhola. O quarto movimento (Andante) tem uma melodia em estilo folclórico e o quinto (Rondo), começa tranquilo com um ostinato, mas vai se animando e exigindo uma atuação intensa do solista que, entre idas e vindas do tema principal, vai se desdobrando em alguns momentos de grande virtuosidade. 
Sinfonia Espanhola, a única obra de Lalo que permanece no repertório, influenciou a composição do Concerto para Violino de Tchaikovsky. Este afirmou que a peça de Lalo “tem muita frescura, agilidade de ritmos picantes, de melodias lindas e excelentemente harmonizadas... Ele [Lalo], da mesma forma que Léo Delibes e Bizet, não aspira a profundidade, mas evita cuidadosamente a rotina, procura novas formas e pensa mais em beleza musical do que em observar tradições estabelecidas, assim como os alemães”.
 
CAMILE SAINT-SAËNS (Paris, 1835 – Argel, 1921)
Sinfonia nº 3, op.78 em Dó menor (Sinfonia com órgão)
 
Saint-Saëns foi reconhecido por sua pluralidade intelectual, e, conforme observou o crítico americano Philip Hale, foi “organista, pianista, caricaturista, cientista amador, apaixonado por matemática e astronomia, comediante amador, folhetinista, crítico, viajante, arqueólogo – um homem que nunca descansava”. Já Charles Gounod afirmou: “Monsieur Saint-Saëns possui a mais surpreendente organização musical que conheço. É um músico que possui todas as armas. É um mestre do seu ofício como nenhum outro”.
A composição da Sinfonia nº 3 foi sofrida e Saint-Saëns desabafou: “Eu dei tudo a ela, tudo o que era possível. O que realizei aqui, nunca mais vou realizar novamente”. De alta sofisticação harmônica e rítmica, estreou no dia 19 de maio de 1886 na St. James’s Hall, em Londres, com o compositor à frente da orquestra da Royal Philharmonic Society, que havia encomendado a obra. 
Embora conhecida como “Sinfonia com órgão”, este instrumento não atua como solista, mas como um elemento da orquestra, mesmo papel reservado ao piano, também incluído na ampla grade orquestral. Outra peculiaridade da obra é que ela não segue os padrões do período romântico, que prescreviam sinfonias em quatro movimentos, esta apresenta apenas dois. Na verdade, ao que tudo indica, são mesmo quatro movimentos, mas agregados em dois.
A composição é baseada em transformação temática, fórmula utilizada por Berlioz e Liszt, que busca criar uma unidade musical, apesar da utilização de vários temas. Muitos analistas associam o primeiro motivo com o Dies Irae, cantochão medieval associado à ideia da morte. Outros contestam, já que, na sequência aparece um trecho de caráter cromático, que estaria em contradição com este raciocínio. Após este início lento, Adagio, acontece a entrada das cordas que, com certo nervosismo, introduzem um segundo momento, Allegro moderato. O trecho é intenso e vai num crescendo até a retomada do tema das cordas, agora apresentado também pelas madeiras. O movimento alterna alguns momentos mais serenos, mas se mantém denso a maior parte do tempo. No final, quando a música se torna menos agitada, é introduzido, sem separação, um novo andamento, Poco adagio, um trecho contemplativo no qual o órgão atua em conjunto com a orquestra, gerando um timbre bastante especial.
O segundo movimento se inicia Allegro moderato, com resquícios do tema inicial. Segue-se um trecho mais rápido, Presto, e na sequência um mais lento, Maestoso. A sinfonia se conclui com um Allegro, no qual se revela com intensidade a presença do órgão, que, ao lado do piano executado a quatro mãos e da atuação em massa da orquestra, dão um final majestoso para esta que é considerada uma das mais importantes obras sinfônicas do último quartel do século XIX. 
 
Serviço:
Ingressos à venda no Teatro Municipal “José de Castro Mendes” (Praça Corrêa de Lemos, s/nº, Vila Industrial, Campinas), a partir da quarta-feira, dia 20/03. A bilheteria funciona de terça-feira a domingo, das 16 às 21 horas. Telefone (19) 3272-9359.
 
Valor dos ingressos
Sábado (23/03)
R$ 30,00 (inteira), R$ 15,00 (estudantes, aposentados e maiores de 60 anos), R$ 10,00 (professores das redes municipal e estadual de ensino e pessoas com deficiência e mobilidade reduzida) e R$ 5,00 (estudantes da rede municipal e estadual de ensino)
 
Domingo (24/03)
R$ 10,00 (inteira)
R$ 5,00 (estudantes, aposentados e maiores de 60 anos)
R$ 4,00 (professores das redes municipal e estadual de ensino e pessoas com deficiência e mobilidade reduzida) 
R$ 2,00 (estudantes da rede municipal e estadual de ensino)
 
 
Legislação sobre meia-entrada
Lei Nº 12.933 de 26/12/2013
Decreto Nº 8.537 de 05/10/15
Decreto Municipal nº 17971 de 14/05/2013 - Portadores de deficiência e mobilidade reduzida
Decreto Municipal nº 18.107 de 25/09/2013  - Professores das escolas públicas e privadas do Município de Campinas e das cidades que compõem a Região Metropolitana de Campinas; Estudantes das redes municipal e estadual de ensino
Lei Federal nº 10.741 de 01/10/2003
Estatuto do Idoso - Idosos com idade igual ou superior a 60 anos 

 

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