Ver & Ouvir entrevistou Sonia Rubinsky.

V&O – Voce costuma vir sempre ao Brasil?

Sonia - Pelo menos duas vezes por ano vou ao Brasil e sempre passo uma temporada em Campinas para ver minha família. A última vez foi em janeiro, quando também dei um pequeno recital no Lar Golda Meir em São Paulo.

V&O – Qual a sua experiência para esta apresentação com a Sinfônica e quando foi a última vez que isso aconteceu?

Sonia – A última apresentação com a Orquestra foi em maio de 2005, quando toquei o concerto de Robert Schumann sob a regência de Karl Martin. Foi ótima a experiência. Estou muito feliz com esta nova oportunidade e principalmente, de poder levar o nome de Campinas com a Orquestra para Campos do Jordão e assim representar nossa cidade.

V&O – O que significa para você interpretar uma composição de Clara Schumann?

Para mim ela representa a mulher moderna, comparada ao mundo dos homens, criticada pelo mundo dos homens. As atitudes da sociedade da época com relação às mulheres compositoras influenciou muito a maneira como ela própria se via, seu desconforto em ser compositora e sua falta de segurança em relação à sua obra.

Suas composições era aclamadas pelo público e pelos críticos. Estes últimos expressavam surpresa que uma mulher pudesse compor tão bem, como se pode ver através da citação de Joseph Joachim em 1860 sobre o Trio de Clara: "Eu me lembro de um fugato no último movimento e me lembro que Mendelssohn riu muito de mim, pois eu não podia acreditar que uma mulher tivesse composto algo tão sólido e sério".

É com grande respeito à sua obra que eu me lancei no estudo deste concerto.

Tenho o maior prazer de poder compartilhar esta descoberta com a Orquestra de Campinas e com o maestro Karl Martin.