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Ingressos esgotam-se na apresentação da Sinfônica em Campos do Jordão

20/07/2007

 

Dentre todas as orquestras, a de Campinas foi a única que fez um concerto totalmente dedicado às mulheres

Noite fria e chuvosa. Quem estava de carro mal conseguia ver um palmo a frente por conta da forte neblina. Mas isso não foi motivo para que o público deixasse de comparecer a 38ª edição do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, e lotasse a platéia no concerto da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas no dia 18 de julho às 21h. O público presente no Auditório Cláudio Santoro era composto de pessoas de diversos lugares do Brasil e do exterior, tanto que havia fila na bilheteria aguardando desistência de ingressos.

Neste ano o Festival de Campos do Jordão foi dedicado às mulheres, e como disse o diretor artístico do evento, Roberto Minczuk, a OSMC foi a única das orquestras a ter um repertório composto somente por obras femininas. "Sempre rola um nervosismo antes das apresentações, ainda mais pelo valor que essa possuí. Há muita gente na platéia que entende o que vamos tocar e, por isso, devemos fazer o melhor", ressaltou Guilherme Sotero, violinista que há cinco anos toca na orquestra. Com a apresentação de obras de Fanny Hensel (1805-1847), Clara Schumann (1819-1896) e Amy Beach (1867-1944), a cada intervalo a platéia aplaudia os músicos e pedia bis. Ainda mais após a performance da solista Sonia Rubinsky, que interpretou o Concerto para Piano em Lá Menor, op. 7, de Clara Schumann. "Fiquei impressionado.

Ela tem uma expressão cativante e demonstra sentimento quando está tocando o piano", ressaltou o francês Portelli Julien, que estava na platéia prestigiando o evento e é de Paris, mesma cidade onde Sonia mora atualmente.

O conjunto todo tocava em harmonia. O maestro Karl Martin lembrou que é importante que os músicos viajem juntos, pois isso proporciona uma maior união entre eles, alem de saírem do mesmo ambiente e poderem se comparar às outras orquestras. "Eu sou como um técnico de futebol e busco extrair o melhor de cada um deles", completou Martin.

E o público não economizou aplausos à Sinfônica de Campinas. Mãe e filha moradoras de Belo Horizonte, Gleise e Vanda Dettman, disseram que o que mais lhes chamou a atenção foi o fato da orquestra se apresentar como um conjunto. "Tanto o piano, quanto os instrumentos de corda e de sopro, tocavam como se fossem um só. Ninguém parecia querer aparecer mais que o outro", acrescentou Gleise. E ao falar sobre o maestro, Vanda o definiu com uma só palavra: "Bravo!"

Para garantir a qualidade e tradição apresentadas no Festival, a OSMC ensaia diariamente. E esse trabalho resulta na harmonia vista em Campos de Jordão. O Festival Internacional de Inverno vai até o dia 29 de julho, mas quem perdeu a apresentação da Sinfônica de Campinas terá que esperar mais um ano para ver novamente. Contudo, para o deleite dos campineiros e também do público de fora, a orquestra se apresenta quinzenalmente no Centro de Convivência Cultural Carlos Gomes.

 

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