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Compositores brasileiros no centro do próximo concerto da OSMC, dia 28

28/05/2022


Em apresentação no Teatro Castro Mendes, sob regência do maestro convidado Parcival Módolo
fonte: www.campinas.sp.gov.br


A Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (OSMC) apresenta no sábado, dia 28 de maio, às 20h, no Teatro Municipal Castro Mendes, o concerto  “Brasil entre Carlos Gomes e Semana de 22”. A regência será do maestro convidado Parcival Módolo, que conduzirá obras de compositores brasileiros dos séculos 19 e 20.

 
Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ou através do site Sympla.com.br .
 
Parcival Módolo é considerado um dos mais respeitados e conceituados regentes do País. Ele foi regente titular e diretor artístico da OSMC de 2007 a 2009 e, novamente, de 2010 a 2011. 
 
Para este concerto, Módolo pretende homenagear compositores que não foram tão famosos com a Semana de Arte Moderna de 22, mas que marcaram a história tanto quanto esse importante movimento. O principal legado da Semana de 22 foi separar a arte brasileira dos padrões europeus, dando início à construção de uma nova linguagem, de uma cultura essencialmente nacional. 
 
Para “Brasil entre Carlos Gomes e Semana de 22”, o maestro preparou um concerto especial que mescla grandes obras de Alexandre Levy, Flávio Régis Cunha, Alberto Nepomuceno e Edvard Grieg. A composição de Levy, por exemplo, termina com um samba sinfônico. 
 
O concerto se divide em duas partes: na primeira, composições de Alexandre Levy, que morreu aos 27 anos e será homenageado pela “Abertura Trágica” do compositor Flávio Régis Cunha, que estará presente no auditório.
 
A segunda parte do programa traz Edvard Grieg, que foi o mestre de Alberto Nepomuceno. Conhecido como um arauto do nacionalismo musical brasileiro, ele defendia o uso da língua portuguesa na música clássica. Afirmava que "não tem pátria um povo que não canta em sua língua".   
 
“As conexões são essas. A peça do Flávio que homenageia a morte trágica e tão precoce de Alexandre Levy. E na segunda parte, a obra do Grieg presta uma homenagem ao Nepomuceno, já que Grieg foi seu professor”, explica Parcival Módolo. 
 
Programa
 
Flávio Régis Cunha – Abertura Trágica. 2016  
Alexandre Levy (1864-1892) - Suite Brasileira 
 I-Prelúdio, (II.), III-À beira do regato, IV-Samba 
Edvard Grieg (1843-1907) – Suite “Sigurd Jorsalfar”, Op. 56 
I-Prelúdio (Na câmara do Rei) 
Alberto Nepomuceno (1864-1920) - Série Brasileira: 
I-Alvorada da Serra, II-Intermédio, III-Sesta na Rede, IV-Batuque

Concerto "Brasil entre Carlos Gomes e Semana de 22"

FLÁVIO RÉGIS CUNHA
Abertura Trágica. 2016

Flávio Régis Cunha é compositor, maestro e professor. Natural de Iguatu, CE, chegou a ter uma relação direta com Campinas, quando estudava regência na Unicamp. Atualmente está vinculado à Coordenadoria de Arte e Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, atuando como regente e compositor, além compor para a área audiovisual.

A escolha da Abertura Trágica, escrita pelo compositor em 2016, tem um motivo. Aos 27 anos, Alexandre Levy — compositor da próxima obra musical do concerto — faleceu subitamente. Sua morte prematura foi marcante. A abertura possui um caráter dramático, solene e majestoso. A obra explora o contraste entre os fortes e pianos, ora com um ritmo marcado e presente, ora com uma melodia mais lírica e orgânica.

ALEXANDRE LEVY (São Paulo, 1864 – São Paulo, 1892)
Suíte Brasileira
I-Prelúdio, (II.), III-À beira do regato, IV-Samba

Conhecer parte da história da família Levy faz com que possamos entender um pouco da dimensão da importância de Alexandre Levy para o cenário musical brasileiro. Seu pai, Henrique Luis Levy, também músico, inaugurou a Casa Levy de Pianos. Aberta desde 1860, hoje encontra-se na Vila Madalena, em São Paulo. Além desse legado, seu pai foi responsável por alavancar a carreira de Carlos Gomes. A família Levy manteve um movimento ativo na manutenção de um cenário musical no país.

Alexandre Levy foi patrono da Academia Brasileira de Música. O músico foi um dos primeiros a incorporar características brasileiras em composições para salas de concerto. Notamos características melódicas, rítmicas e harmônicas nacionais em seu trabalho. Essas qualidades estão presentes na obra apresentada hoje. Convido o ouvinte a escutar a melodia Cai, cai, balão (Vem cá, Bitu) logo no início do Prelúdio.

EDVARD GRIEG (Noruega, 1843 – Noruega, 1907)
Suite “Sigurd Jorsalfar”, Op. 56
I-Prelúdio (Na câmara do Rei)

Grieg nasceu em Bergen, na Noruega. Sua trajetória como compositor foi marcado pela busca de uma música que representasse a cultura de sua nação. Esse é um ponto significativo para o eixo de escolha do repertório do concerto de hoje. O norueguês é considerado, para alguns, reacionário em seu posicionamento sobre nacionalismo. Ademais, conheceu e manteve um relacionamento próximo com Nepomuceno. Uma de suas alunas, Walborg Bang, casou-se com o músico brasileiro, compositor da próxima obra a ser executada.

A Sigurd Jorsalfar foi escrita inicialmente para uma peça teatral de Bjørnstjerne Bjørnson. O escritor foi laureado com o Prêmio Nobel de Literatura, em 1903 e reconhecido como um dos autores mais importantes da Noruega. Bjørnson, assim como Grieg, emprenhou-se ativamente para construir uma identidade nacional de cultura. Foi o escritor do Hino Nacional da Noruega. Duas décadas mais tarde, Grieg compilou Sigurd Jorsalfar em uma suíte para orquestra, coro e solistas. Apresentaremos o Prelúdio da Suíte, que é composta de três movimentos.

ALBERTO NEPOMUCENO (Fortaleza, 1864 – Rio de Janeiro, 1920)
Série Brasileira
I-Alvorada da Serra, II-Intermédio, III-Sesta na Rede, IV-Batuque

Nepomuceno foi um dos compositores mais importantes de sua época. Iniciou seus estudos com o pai e, após sua morte, vai para Recife. Posteriormente, muda-se para o Rio de Janeiro. Em 1888 mudou-se para Europa com o intuito de continuar os estudos. Foi então que conheceu, após alguns anos, Walborg Bang, com quem se casou. Walborg havia sido aluna de Grieg e o músico manteve uma amizade próxima com o casal. O compositor norueguês influenciou a visão de Nepomuceno, amadureceu seu ideal de elaborar uma música nacionalista.

A Suíte Brasileira pode ser entendida como um reflexo do Brasil em sua época. Reconhecemos melodia do cancioneiro nacional (Sapo Cururu). Podemos construir uma imagem relacionada à natureza e a costumes sociais: o alvorecer na montanha; a dança de ritmos nacionais; o balançar da rede. Assim como na obra de Levy, Nepomuceno inclui um movimento que divulga a música vinculada a população afro-brasileira, reflexo de um posicionamento político e social de vanguarda para a época.

 
Parcival Módolo 


Maestro Parcival Módolo conduzirá obras de compositores brasileiros dos séculos 19 e 20




Após estudar, ensinar e reger nas principais cidades brasileiras, Parcival Módolo foi à Alemanha, para seus estudos de regência na Hochschule für Musik, Herford, também especializando-se em música dos séculos XVII e XVIII.
 
Enquanto lá esteve, regeu várias orquestras como maestro convidado e tornou-se titular da Orquestra de Sundern, Westfália. Entre seus professores estão alguns dos maiores nomes do cenário musical internacional, como Nikolaus Harnoncourt, Zubin Metha, M. Stefani e Sergiu Celibidache. 
De volta ao Brasil, estruturou a Orquestra Sinfônica Municipal de Americana, tornando-se seu regente titular e diretor artístico por 14 anos, até 1998. 
 
Em 1989 foi convidado a lecionar na University of San Diego, Califórnia. Lá recebeu bolsa de estudos para seu doutorado na University of Southern California, em Los Angeles, e convite para reger a Sinfônica de San Diego. A partir de então passou a reger regularmente várias orquestras no Brasil e em outros países.
 
Em 1999 tornou-se coordenador geral da Coordenadoria de Arte e Cultura, da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura do Instituto Mackenzie em São Paulo, cargo que ocupa até hoje.
 
Desde 2005 é consultor do Festival de Música de Cusco, no Peru, bem como maestro oficial do seu concerto de encerramento. Em 2006 foi nomeado maestro honorário permanente da Orquestra Sinfônica Jovem Nacional do Peru. O mesmo título foi-lhe outorgado pela Orquestra Nacional de Cuba em Havana (2010). Ainda no exterior, foi gastdirektor da Orquestra do Teatro da Ópera de Bielefeld, Alemanha (1984), e maestro visitante da Orquestra Sinfônica de San Diego, USA (1990). 
 
Foi regente titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, de 2007 a 2009, e novamente de 2010 a 2011. Mais recentemente foi regente titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto. É regente do grupo Arakaendar, orquestra e coro de Sta Cruz de la Sierra, Bolívia, especializado em música colonial, e grupo hóspede do Festival de Música de Chiquitos. Já há alguns anos regendo regularmente a Orquestra Sinfônica “Collegium Musicum”, de Potsdam, Alemanha, foi convidado pela orquestra, em 2018, para tornar-se seu maestro principal convidado.
 
Serviço
 
Concerto "Brasil entre Carlos Gomes e Semana de 22"
Dia: 28 de maio (sábado)
Hora: 20h
Local: Teatro Municipal Castro Mendes
Rua Conselheiro Gomide, 62
Vila Industrial, Campinas - São Paulo 
 
Ingressos 
R$ 10,00 e R$ 20,00
Bilheterias do Teatro, ou 

 

OSMC - Paço Municipal
Av. Anchieta, 200 - 19º andar
13 015 904 | Campinas - SP
+55 19 2116 0951