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Parcival Módulo assume regência da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas

21/02/2008

22/02/2008, 14:38
Autor: Natália Peloggia

Estabelecer uma identidade sonora para a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas de forma que o público a reconheça só de ouvido é a meta do novo maestro titular Parcival Módolo, apresentado oficialmente nesta sexta-feira, dia 22. "Estou contente e, ao mesmo tempo, temeroso de reger uma orquestra do porte da Sinfônica de Campinas, que é a maior brasileira fora das capitais. É uma grande responsabilidade", falou Módolo.

O primeiro concerto da temporada 2008 e que marca a estréia do novo regente será no dia 1º de março, às 20h, no Centro de Convivência Cultural Carlos Gomes. Módolo virá acompanhado do regente assistente, Carlos Fiorini e do regente convidado, Karl Martin. "Um trio assim é a formação ideal para comandar uma orquestra e atingir nossos objetivos", destacou o novo maestro.

A temporada deste ano terá 40 concertos oficiais, sempre aos sábados e domingos no Centro de Convivência, e outros extras que serão realizados fora do teatro – estão programados oito concertos populares, além de apresentações para 24 mil crianças de escolas públicas. E chegar mais perto da população é outro objetivo da Sinfônica para este ano, conforme informou o diretor Arthur Achilles. "Temos, como músicos, um papel muito importante tanto na parte de formação cultural quanto da inclusão social", ressaltou Achilles.

Conforme o novo maestro, que também é diretor artístico da Sinfônica, as obras selecionadas para o programa são escolhidas sempre pensando no público e o repertório permanece pelos próximos 10 anos, fazendo com que a OSMC ganhe uma característica. "A forma de tocar os instrumentos implica numa sonoridade diferente e isso é papel do maestro e é daí que sai da identidade, fazendo com que o público reconheça a orquestra pelo jeito de tocar", disse Módolo. "No entanto, isso é trabalho para longo prazo", concluiu.

O programa deste ano privilegia compositores que nunca tiveram suas obras tocadas pela Orquestra e não haverá maestros convidados, pois isso dificulta a construção da identidade. As peças do repertório foram montadas umas ligadas as outras, de forma a estimular o público a ‘esperar’ pelo próximo ato. E, além disso, pensando na popularização, a idéia é tocar também um pouco de música popular. "O nosso ideal é que o público saia de nossa apresentação já se programando para assistir a Orquestra outras vezes, sempre com aquele gostinho de quero mais", objetivou o maestro.

Os músicos homenageados este ano serão o campineiro Carlos Gomes – em setembro, haverá toda a programação dedicada a esta figura histórica da música da cidade – e também ao compositor Puccini, em comemoração aos 150 anos do italiano. Além disso, em abril a Sinfônica lembra os 100 anos de Santana Gomes, irmão de Carlos Gomes. Outros que também vão merecer um destaque são os campineiros Raul do Valle e Marcos Padilha.

A novidade para este ano é que os concertos oficiais de domingo passaram para às 11h, ao invés de 17h, como era nos anos anteriores. E, nesta apresentação, Parcival Módolo promete muita interação com o público. "Como nossa prioridade é a aproximação com a população, os concertos de domingo terão um ar mais informal", afirmou o novo regente da Sinfônica.

Quem é Parcival Módolo

O novo maestro titular da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas é paulista de Americana e já regeu a Sinfônica em várias ocasiões durante a temporada do ano passado como convidado, inclusive nas apresentações populares do Natal de 2007.

Completou seus estudos de regência na Westfälische Landeskirchenmusikschule, Alemanha, onde obteve grau de mestrado com especialização em música dos séculos XVII e XVIII. Enquanto lá esteve, regeu várias orquestras como maestro convidado e tornou-se titular da Orquestra de Sunden, Westfalia. Foi discípulo de Nikolaus Harnoncourt, Zubin Metha, M. Stefani e Sergiu Celibidache.

Em 1989, a convite da University of San Diego, Califórnia, foi aos Estados Unidos lecionar naquela universidade e recebeu bolsa de estudos para o doutorado na University of Southern California, em Los Angeles. Como professor tem sido convidado para aulas especiais, bancas de pós-graduação e palestras em diferentes universidades brasileiras e do exterior. É coordenador Geral da Divisão de Arte e Cultura do Instituto Mackenzie, em São Paulo, e membro da ACDA (American Choral Directors Association).

Dirige regularmente diferentes orquestras brasileiras e, no exterior, é Gastdirektor da Orquestra do Teatro da Ópera de Bielefeld, Alemanha, e Maestro visitante da Orquestra Sinfônica de San Diego, USA. Em 2003, foi nomeado consultor oficial do Festival Internacional de Música de Cusco e, em 2004, maestro permanente das orquestras Jovem e Juvenil de Lima, Peru, bem como professor de regência orquestral e diretor da orquestra do Festival Internacional de Arequipa.

Em 2006, convidado para dirigir o encontro anual de regentes e o festival de música em Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, foi nomeado coordenador do encontro e diretor da orquestra e do coral para todas as próximas edições do festival.

 

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