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16 e 17 de dezembro: Sinfônica se apresenta no Centro de Convivência Cultural Carlos Gomes com solistas vocais e coral de Minas Gerais

11/12/2006


Nos dias 16 e 17 de Dezembro, respectivamente às 20 e 17 horas, a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas que realiza seus últimos concertos no Centro de Convivência Cultural na temporada, se apresenta ao lado do Madrigal Musicanto de Itajubá (MG), um dos mais conceituados corais do país.

Assim, a Sinfônica de Campinas, que terá a regência do maestro Karl Martin, abre suas apresentações com a interpretação de Missa Cellensis "Mariazellermesse, uma das mais importantes obras de Joseph Haydn e que terá a participação dos cantores solistas Lenine Santos, Gilzane Castellan, Márcia Guimarães e Thoroh de Souza. "O Boi no telhado", obra de Darius Mihald inspirada na suas impressões sobre o carnaval do Rio de Janeiro e "Sinfonia em Dó Maior" do francês Jacques Bizet encerram os concertos.

Os ingressos custam R$ 30,00 e podem ser encontrados a partir da quarta-feira, dia 13 de dezembro. Estudantes e aposentados tem direito a meia-entrada. Mais informações pelo telefone (19) 3237.2730.

Serviço

 

                                                                                                                       

As Obras

FRANZ JOSEPH HAYDN (Rohrau, Áustria, 1732-Viena, 1809)
Missa Cellensis em Dó (Mariazellermesse)

A produção de Haydn é bastante vasta e inclui cento e quatro sinfonias, diversas óperas, quartetos de cordas, divertimentos, aberturas, sonatas, concertos para as mais variadas formações, inclusive relógios mecânicos, e treze missas. Empregado na corte Esterházy na Hungria, por volta de 1780 havia adquirido enorme prestígio e era cortejado por empresários de Londres e Paris e por estudantes de música que acorriam de todas as partes da Europa para tomar aulas com o mestre.
Haydn escreveu duas missas em Dó Maior com o título Missa Cellensis: em 1776, sua terceira missa foi chamada Missa Cellensis in honorem Beata Virgo Maria, com o subtítulo Cäcilienmesse, uma referência à Santa Cecília, e em 1782 escreveu sua sexta missa, Mariazellermesse, esta de proporções menores que a anterior.

A palavra latina Cellensis refere-se à igreja de Mariazell, um local de peregrinação até os dias de hoje, localizado na região da Estíria, ao sudeste de Viena. Nesse local Haydn, então desempregado, foi acolhido pela comunidade e para ela escreveu essa missa, encomendada por um oficial que acabara de receber um grau de nobreza chamado Anton Liebe. Daí a dedicatória no manuscrito original: “Missa Cellensis Fatta per il Signor Liebe de Kreutzner”. Entretanto Haydn acrescentou um pequeno verso em latim que seria algo próximo à “Ninguém pode tocar-me/porque eu sou/a Missa Cellensis in C/de Joseph Haydn”.
Esta foi uma das últimas obras nas quais Haydn utilizaria uma forma mais convencional: as fugas ocorrem nos lugares estabelecidos pela tradição, na conclusão do Gloria, do Credo e Agnus Dei; as seções de solo ocorrem na parte central do Gloria e do Credo e há um elaborado Benedictus. Apesar disso, Haydn dá um tratamento bastante original já nos primeiros compassos do Kyrie eleison, onde há uma introdução lenta com coro e orquestra, interrompida por um rápido solo de soprano e somente a partir daí a missa adquire um tom mais glorioso.
As partes de solos são reservadas ao soprano (Gracias agimus tibi e Credo), e ao tenor (Et incarnatus est). Após a apresentação solene do Sanctus, que conclui com o retumbante Osana in excelsis Deo, segue-se o Benedictus, um trecho onde Haydn demonstra toda a sua criatividade e capacidade de invenção musical, ao alternar coro e solistas. A missa conclui com o Donna nobis pacem de caráter dramático e comovente, uma das mais complicadas fugas que Haydn escreveu para suas missas.

DARIUS MILHAUD (Aix-em-Provence, 1892-Genebra, 1974)
O boi no telhado (Le boeuf sur le toit)

Milhaud esteve no Brasil entre 1917 e 1918 como adido cultural da Embaixada da França, cujo titular era o escritor Paul Claudel (1868-1955). No Rio de Janeiro Milhaud entrou em contato com manifestações da cultura popular que o deixaram bastante impressionado, a ponto de lamentar o peso da influência francesa no Brasil e a não inclusão do folclore na composição musical brasileira da época.
Quando chegou ao Brasil, Milhaud estava ávido por novas fontes musicais e materiais estranhos ao repertório europeu saturado e em crise. Ciceroneado por músicos como Villa-Lobos e Luciano Gallet, Milhaud subiu os morros cariocas e freqüentou rodas de chorões, onde ouviu sambas, maxixes e choros, gêneros que iria incorporar em algumas de suas composições como O boi sobre o telhado (1919), Saudades do Brasil (1921), uma suíte de doze peças com títulos de bairros do Rio de Janeiro, e a cantata L’homme et son désir  (1918), onde trabalha o tema popular O meu boi morreu.
O boi sobre o telhado é um balé escrito após a partida de Milhaud do Brasil e reúne diversos cantos populares brasileiros, melodias do carnaval carioca e temas de compositores da época, que são trabalhadas com grande simplicidade estrutural, em forma de rondó, cujo refrão dizem ser a única parte original de Milhaud.
Na sua autobiografia, escrita em 1949, Milhaud escreveu: “Ainda assombrado pelas memórias do Brasil, eu reuni algumas melodias populares, tangos, maxixes, sambas, e mesmo um fado português, e os transcrevi com um tema na forma de um rondó entre cada par sucessivo. Eu chamei essa fantasia Le boeuf sur le toit, o título de uma canção popular brasileira.”
Na exposição do material procura-se destacar o ritmo sincopado que o compositor julgava característico da música brasileira. Aqui o compositor já trabalha com a idéia de politonalidade, técnica que desenvolveria mais amplamente nos anos posteriores, na qual a música é apresentada simultaneamente em tonalidades diferentes.
Entre as diversas peças que formam essa peça são utilizados, além de canções populares, trechos de composições de Alexandre Levy, Marcelo Tupinambá, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Eduardo Souto, Alberto Nepomuceno e Catulo da Paixão Cearense, entre outros.
Sua experiência no Brasil influenciou sua produção posterior na França, onde participou do chamado Grupo dos Seis, que, inspirado musicalmente por Eric Satie (1866-1925) e intelectualmente pelo pensamento revolucionário de Jean Cocteau (1889-1963), pregava uma estética que explorasse o humor e a maneira popular.

GEORGES BIZET (Paris, 1838-Bougival, 1875 )
Sinfonia em Dó Maior

Bizet foi menino prodígio e já era aluno do Conservatório de Paris antes dos dez anos. Em 1857 ganhou um prêmio oferecido pelo compositor Jacques Offenbach com a ópera em um ato Le docteur Miracle e o Prêmio de Roma, graças ao qual se instalou nessa cidade por três anos para estudar composição. Ali compôs diversos trabalhos, como a ópera buffa Don Procópio. Após concluir seus estudos na Itália, retornou à França, onde sua produção musical foi intensa: compôs as óperas Les pêcheurs de perles e La jolie fille de Perth, a música incidental para L’arlesiènne, peças para piano e a ópera Djamileh, apontada como um dos ensaios para sua obra mais famosa, Carmen.

A primeira sinfonia de Bizet é anterior a esses fatos e foi escrita em 1855, quando contava apenas dezessete anos e ainda era aluno do Conservatório de Paris. A obra ficou esquecida nos arquivos do Conservatório até 1935, no meio de uma série de documentos que haviam sido doados pelo compositor Reynaldo Hahn (1875-1947). Desde a primeira execução foi saudada como uma importante adição ao repertório da música sinfônica do período romântico. Bizet iniciou uma segunda sinfonia que intitulou Roma, mas nunca completou esse trabalho.
Obra influenciada pelos compositores como Charles Gounod, Schubert e Mozart, a Sinfonia nº 1 apresenta no primeiro movimento, Allegro vivo, um motivo de três notas, ao estilo do tema da Sinfonia nº 5 de Beethoven. No segundo tema há proeminência de flautas e oboés e é este tema que predomina no desenvolvimento, embora o primeiro tema também seja trabalhado.
O segundo movimento, Adagio, tem na introdução um motivo derivado da figura rítmica do primeiro movimento. O oboé apresenta um tema de caráter oriental, ao qual as cordas respondem com um tema mais sereno. Aqui aparece uma seção fugal lenta, baseada no motivo que acompanha a introdução. Uma transição de volta para a melodia do oboé leva o movimento a um delicado final.
O Scherzo, Allegro vivace, começa com um toque escocês e no segundo tema Bizet emprega pela primeira vez um contraponto, uma melodia nas cordas que lembra a Sinfonia Italiana de Mendelssohn. O quarto movimento, Allegro vivo, começa com um zumbido nas cordas, que após poucos compassos se agrega a metais e madeiras para a execução de uma marcha. Uma terceira melodia traz um momento de lirismo para as cordas, que logo retomam o caráter agitado do início.

Lenita W. M. Nogueira

DICIONÁRIO MUSICAL
Charles Gounod (1818-1893). Compositor francês mais conhecido por suas óperas Fausto e Romeo et Juliette.
Grupo dos Seis. Criado em 1920, faziam parte desse grupo, alem de Milhaud, Francis Poulenc, Arthur Honneger, Germaine Tailleferre, Georges Auric e Louis Durey. Sua proposta era, grosso modo, uma composição musical desvinculada da influência Richard Wagner e Claude Debussy.
Missa. Musicalmente é uma das formas de composição sacra, em geral para coro e cantada em latim, embora haja um número significante de obras em vernáculo. Para a composição de uma missa completa, o compositor deve inserir seis seções, que juntas constituem o Ordinário da Missa: Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus, Benedictus e Agnus Dei.
Paul Claudel (1868-1955). Irmão mais novo da escultora Camile Claudel, foi poeta, dramaturgo e diplomata. Bastante conhecido por seus dramas em verso, nos quais reafirmava sua devoção à fé católica.

 

                                                                                        

 

SERVIÇO


CONCERTO OFICIAL

16 dez - sáb - 20h | 17 dez - dom - 17h

 O Regente  | Os Solistas 

 

P r o g r a m a

 

JOSEPH HAYDN
Missa Cellensis “Mariazellermesse”

Kyrie
Glória
Credo
Sanctus
Benedictus
Agnus Dei

Solistas:  Lenine dos Santos, Thoroh de Souza,
Márcia Guimarães, Gilzane Castellan

Participação:  Madrigal Musicanto

 


I N T E R V A L O

 

DARIUS MILHAUD
O Boi no Telhado


GEORGES BIZET
Sinfonia em Dó Maior
I – Allegro vivo
II – Adagio
III – Allegro vivace - Trio
IV - Allegro vivace

 Regente 
 Karl Martin

 

Local: Teatro Interno do Centro de Convivência Cultural Carlos Gomes- Pça. Imprensa Fluminense, s/nº - Cambuí

Ingressos: R$ 30,00 (inteira) | R$ 15,00 (meia-entrada): Aposentados, estudantes, maiores de 60 anos

Bilheteria: (19) 3232-4168

 

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