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Autores e Obras

12/04/2013

Giacomo Puccini (Lucca, 1858-Bruxelas, 1924)

Manon Lescaut – Ato III – Intermezzo
 
O Intermezzo desta ópera aparece na abertura do terceiro ato, prenunciando o trágico fim da protagonista no ato seguinte. Manon, uma jovem frívola e leviana, amava e era amada por Des Grieux. Movida por uma ambição desmedida, abandona o amante e se junta a um nobre, de quem furta algumas joias. Acaba na prisão e é condenada ao degredo nos Estados Unidos. O Intermezzo precede a cena em que Manon está no Porto do Havre, prestes a embarcar em um navio que a levará ao exílio. Des Grieux, para não ficar longe da amada, embarca como grumete e ambos seguem para a América do Norte, onde Manon encontrará seu fim nas areias do deserto da Luisiana.
 
 
CHARLES GOUNOD (Paris, 1818-Saint-Cloud, 1893)
 
Faust – Ato III, Il était un roi de Thulé / Ah! je ris de me voir si belle en ce miroir
 
Esta ópera tem libreto de Jules Barbier e Michel Carré, baseado na peça deste último Faust et Marguerite, por sua vez inspirada na peça de Goethe. Estreou em Paris, no Théatre Lyrique, em 1859, mas só se torna um grande sucesso em uma nova apresentação em 1869 em um teatro bem mais prestigiado, o Opéra de Paris. No terceiro ato Méphistoféles envia para Marguerite uma caixa com joias e um espelho de mão. Ao entrar em cena ela canta Il était un roi de Thulé (Era um rei de Thulé). Ao ver a caixa, começa a experimentar as joias e, admirada ao ver como elas realçam sua beleza, canta a aria Ah! je ris de me voir si belle en ce miroir (Ah! Rio de me ver tão bela neste espelho).
 
 
RUGGERO LEONCAVALLO (Nápoles, 1857-Montecatini Terme, 1919)
 
I Pagliacci - Stridono lassu
 
Sendo uma ópera de duração mais curta que as tradicionias, apenas um ato, a ópera I Pagliacci (1892) é sempre apresentada em conjunto com Cavalleria Rusticana de Pietro Mascagni. O enredo conta uma história de ciúme e morte que ocorre em uma trupe mambembe de palhaços (os pagliacci do título). Entre eles estava Cânio, que, mesmo após ter descoberto a traição da esposa, Nedda, participa normalmente na encenação daquele dia. Antes do início da sessão canta a famosa aria Vesti la giubba. Nedda teme a reação do marido, caso descubra sua traição, mas se distrai contemplando de um bando de pássaros, “os boêmios do céu”, como ela os chama na aria Stridono lassu.
 
 
PIETRO MASCAGNI (Livorno, 1863-Roma, 1945)
 
Cavalleria Rusticana - Intermezzo Sinfonico
 
Ao lado de Leoncavallo e Puccini, Pietro Mascagni (1863-1945) foi adepto do movimento verista, que visava trazer a realidade para a ópera. Em Cavalleria Rusticana (1890) retratou a vida de humildes camponeses e as tradições da antiga cultura da Sicília, no sul da Itália. Tendo como fundo os rituais do Domingo de Páscoa num vilarejo siciliano, seu enredo envolve traição, ciúme e morte. O Intermezzo sinfônico antecede o momento em que os fiéis começam a sua caminhada em direção à igreja onde acontecerão as cerimônias da Páscoa.
 
 
UMBERTO GIORDANO (Foggia, 1867-Milão, 1948)
 
Andrea Chénier – Ato III – La mamma morta
 
Ambientada na Paris revolucionária, Andrea Chénier estreou no Teatro alla Scala de Milão em 1896. O protagonista é um poeta que antes da Revolução Francesa tinha relações com a familia de Madeleine de Coigny, por quem era apaixonado. Durante o período de perseguições que se seguiram àquela insurreição, Chénier acaba preso devido às intrigas de seu rival, Gérard, antigo mordomo da família Coigny e agora um líder revolucionário. Na aria La mamma morta, Madeleine relata a Gérard que sua mãe morrera durante a invasão de sua casa pelos revolucionários. E como, justamente neste momento de grande dor, ao reencontrar Chénier, foi tomada pelo amor, “voz plena de harmonia”, que lhe disse “Vive novamente! Eu sou a vida! não estás mais sozinha!”.
 
 
GIUSEPPE VERDI (Roncole, 1813 - Milão, 1901)
 
I Vespri Siciliani – Abertura
 
Seguinte à La Traviata e anterior a Un ballo in Maschera, I Vespri Siciliani foi composta a partir de um libreto de Charles Duveyries, baseado na obra de Eugène Scribe, Le duc d’Albe. Estreou na Ópera de Paris em 1855 com o título Les Vêpres Siciliennes. Seu enredo é baseado em fato real, um massacre que ocorreu em 1282 na cidade de Palermo, Sicília, então dominada pelos franceses. A ópera narra a história de Arrigo e Elena e seu trágico destino. A Abertura faz uso de diversos temas da ópera, inclusive a música associada ao massacre final. Após a estreia em Paris, o libreto de Les Vêpres Siciliennes foi traduzido para o italiano com o nome I Vespri Siciliani, sendo esta a versão a mais representada atualmente.
 
 
La Traviata – Prelúdio do Ato I
 
Uma das mais famosas óperas de Verdi, La Traviata é baseada no livro de Alexandre Dumas Filho, A dama das camélias. O libreto de Francesco Maria Piave conta a história da cortesã Violetta Valéry, que sacrifica seu amor por Alfredo Germont. O casal vive feliz até que o pai de Alfredo, Giorgio Germont, procura Violetta e apresenta diversas razões para que ela abandone seu filho, o que de fato acontece. Alfredo, sem saber de nada, passa a odiar Violeta e a agride em uma festa. No final, quando Violeta já está gravemente enferma devido à tuberculose, volta arrependido e o casal canta o famoso dueto Parigi, o cara, noi lasceremo. Além deste trecho a ópera tem outros momentos memoráveis, como o famoso “brindisi” (Libiamo ne’ lieti calici), as árias de Alfredo, Un dì felice eterea, de Violeta, È strano...Sempre libera, e de Giorgio Germont, Di Provenza il mar, il suol, entre outros. Também merece destaque a abertura instrumental do terceiro ato, na qual Verdi consegue transmitir magistralmente o clima obscuro que se segue. O Prelúdio da ópera é no estilo tradicional, apresentando os temas que percorrem a ópera.
 
 
Nabuco – Overture
 
Ópera pertencente à primeira fase de Verdi, Nabuco estreou em 1842 no Teatro alla Scala de Milão. O enredo sobre hebreus escravizados na Babilônia despertou o sentimento patriótico dos italianos, já que na época a Itália ainda não era um país unificado, dividida em cidades-estados controladas por estrangeiros, os austríacos controlavam o norte da Itália, os Bourbons governavam em Nápoles e o Papa detinha o poder em Roma e nos Estados Papais. Isso gerou o chamado Risorgimento (Ressurgimento), do qual Verdi era adepto, e que utilizava seu nome como bandeira, já que o mote “Viva VERDI.”, encontrado nos muros de Milão, significava Viva Vittorio Emmanuele re d’Italia.
 
O trecho mais famoso desta ópera é o coro Va, pensiero, no qual os escravos hebreus relembram sua terra natal, num paralelo ao sentimento que dominava a Itália nesta época. A abertura apresenta temas da ópera, em especial dos coros e temas militares. Chama a atenção a introdução e posteriores intervenções dos metais graves, simbolizando a bravura dos hebreus frente à perseguição babilônica.
 
 
Aida – Prelúdio
 
A ópera Aida foi encomendada para a inauguração da nova casa de ópera do Cairo, durante as comemorações pela abertura do Canal de Suez. A história se passa durante a guerra entre Egito e Etiópia e se foca no amor entre o general egípcio Radamés e a escrava Aida, na verdade princesa da Etiópia. A eles se contrapõe Amnéris, a filha do faraó, que também ama Radamés. Cheia de efeitos espetaculares e cenas grandiosas, a ópera trata de temas como amor, guerra, terror, ciúmes e inveja. É uma das óperas mais representadas de toda a história, mas é interessante notar que, após a estréia de Aída em 1871, Verdi se retiraria da cena lírica só retornando em 1883 com Otello.
 
 
La Forza del Destino
 
Abertura
 
Ato IV – Pace, pace, mio Dio
 
Com libreto de Francesco Maria Piave, La forza del destino é baseada em um drama espanhol, Don Álvaro, o La Fuerza del sino, escrito por Ángel Pérez de Saavedra, duque de Rivas, em 1835. Estreou em novembro de 1862 no Teatro Bolshoi Kamenny de São Petersburgo (depois Teatro Mariinski), Rússia. Achando o libreto muito pesado, Verdi encomendou uma revisão, que ficou a cargo de Antonio Ghislanzoni. Esta versão definitiva estreou no Teatro alla Scala de Milão em 1869.
 
O enredo, que se passa na Espanha e na Itália em meados do século XVII, trata do fracassado amor entre a filha do Marquês de Calatrava, Leonora, e Don Álvaro. Este, Cheia de cenas de grande lirismo e refinamento, a ópera também apresenta momentos de caráter cômico.
 
Na aria Pace, pace, mio Dio, Leonora, pálida e desfigurada, pede a Deus que ponha fim a seus sofrimentos. Aqui aparece o tema do destino que se destaca na Abertura. Esta só apareceu na versão de 1869, já que antes havia apenas um breve Prelúdio. Além do famoso tema do destino que abre a peça e perpassa toda a ópera, na Abertura estão representados temas que vão ser encontrados durante a trama.
 
 
 
Lenita W. M. Nogueira
 
 
 
 

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