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Orquestra inicia série de concertos da temporada oficial

17/03/2007

 

João Nunes / Agência Anhangüera

Começa hoje a temporada oficial 2007 da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, com um concerto no Centro de Convivência Cultural Carlos Gomes, às 20h, apresentação que se repete amanhã, às 17h. À frente do grupo, o regente-assistente, Carlos Fiorini, que também é professor de regência na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O solista convidado é Alessandro Borgomanero. No programa, três peças de Ludwig van Bethoven (1770-1827).

Carlos Fiorini justifica desta maneira o início da temporada com três obras do compositor alemão: "É sempre bom para se tocar e para os ouvidos do público, afinal, ele é um gênio". Mas o maestro também informa que a orquestra costuma fazer programas temáticos, com obras concentradas em estilos, nacionalidades ou um compositor em especial, como neste caso. Além disso, Beethoven é constantemente tocado em todas as orquestras do mundo.

O concerto começa com a abertura de As Criaturas de Prometheus, op. 43, feita para balé. "É uma espécie de prólogo, que dá boas-vindas, como um convite ao público para se deleitar com o concerto. Além disso, é uma peça viva, brilhante, que prepara a platéia no sentido de se acostumar com o que virá adiante".

A segunda obra é o Concerto para violino, op.61, em ré maior, que tem como solista o violinista italiano, radicado em Goiânia, Alessandro Borgomanero. É. segundo o maestro, uma obra de grandes proporções, não só em termos de duração (25 minutos), como concepção sinfônica, no sentido de elaboração.

Antes dessa composição, lembra Fiorini, a orquestra servia como acompanhamento para o solista. Neste caso, estabelece-se um diálogo entre ambos. Apesar de levar o nome de concerto, para o maestro a peça pode ser considerada uma sinfonia com o violino solista.

Três movimentos

A obra é apresentada em três movimentos. O primeiro bem longo; o segundo, mais lento e, o terceiro, o chamado rondó que, em linguagem popular pode ser tido como música com refrão, na qual o compositor sempre volta ao tema inicial. Sobre o convite ao solista, Fiorini diz que Borgomanero tem esse trabalho pronto, a orquestra sabia disso e o convidou para vir a Campinas.

Na segunda parte, a orquestra apresenta a Sinfonia n 8, em fá maior, op. 93, obra que é executa com freqüência, mas não tem o mesmo apelo de outras do compositor.

"A razão é que colocada em meio às sinfonias números 3, 5 e 9 fica difícil se destacar. Ela não tem o mesmo apelo - apesar de, igualmente, possuir um tema forte - que as três conquistaram ao longo da história, usadas fartamente em propagandas, filmes, peças de teatro etc.".

Mas, ressalta o maestro, "é um peça de altíssima qualidade, extremamente bem elaborada e considerada virtuosística no último movimento". Além disso, Beethoven deixa transparecer um lado humorístico, em especial no segundo movimento. Há, ainda, algumas surpresas que o público poderá perceber. "Ela é bastante tocada, mas não tão divulgada, mas tem a marca do compositor".

Força dramática

Escrita em 1817, quando estava completamente surdo, a Sinfonia n 8 era a preferida do compositor. Segundo Fiorini, Beethoven a tinha como sua "pequena preferida" - ela dura 30 minutos, talvez justamente por usar mais ou humor que a força dramática de outros trabalhos, ainda que esse humor também esteja presente em suas outras obras, como nas sonatas e nos concertos.

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