1 | 2 | 3 | 4

"Sinfonia Ecológica Brasileira": Brasil - Cuba

01/06/2007

 

 Programa  |  Apresentações

 

Espetáculo será apresentado também em  Campo Grande, Corumbá e Cuba

A Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, sob a regência do maestro Carlos Fiorini e direção artística de José Possi Neto, percorre a partir do próximo sábado o caminho das Monções, que levou os Bandeirantes a penetrarem por terras tupis guaranis e kadiuéus, no Pantanal sul-matogrossense e chaco paraguaio. São 150 músicos, bailarinos, cantores e equipe de produção que estarão apresentando o espetáculo Sinfonia Ecológica Brasileira cuja turnê se encerrará em Cuba, a convite do Ministério da Cultura cubano, fazendo o espetáculo de encerramento do 5º Congresso Internacional de Cultura e Desenvolvimento. A primeira apresentação será no dia 13 de junho, no Teatro Karl Marx, para 5.000 participantes do evento e convidados, e em seguida no dia 15 de junho, na Praça da Revolução, na mesma cidade de Havana, para um público estimado de 80 mil pessoas.

O espetáculo Sinfonia Ecológica Brasileira conta com a apresentação conjunta do Grupo ACABA Canta-Dores do Pantanal, de Mato Grosso do Sul; Companhia Nau de Ícaros, de São Paulo e Academia de Ballet Juliana Omati, de Campinas, além da participação especial da cantora Tetê Espíndola. Através de uma perfeita interação cênico-musical a Orquestra Sinfônica de Campinas e seus convidados falam das maravilhas de nosso ecossistema e advertem contra a degradação do meio-ambiente.

Arte engajada

A Sinfonia Ecológica Brasileira é uma proposta que está sintonizada com a necessidade de levar a todo ser humano – independente de nacionalidade, credo ou cor - a mensagem que não pode ser adiada: nosso planeta pede socorro.

Ao escolher as cidades de Campinas, São Paulo, Campo Grande e Corumbá para sua realização, a Sinfonia Ecológica Brasileira teve uma atitude cheia de simbolismo. Foi de São Paulo e das cidades da região, como Porto Feliz, que as primeiras monções desbravadoras se dirigiram a oeste e resultaram no estabelecimento das primeiras fronteiras nacionais às margens do rio Paraguai, mais precisamente no Porto de Corumbá.

Se levaram consigo as raízes do crescimento e da consolidação nacional, cinco séculos depois a herança das monções contabiliza mais que riquezas. Infelizmente, registramos ao longo deste percurso mananciais poluídos ou irremediavelmente perdidos. Rios assoreados, desaparecimento de espécimes preciosos da fauna e da flora, além de outras tragédias ambientais, são o doloroso custo da ocupação humana feita sem critério e sem consciência.

A Sinfonia Ecológica Brasileira pode ser entendida como um mea culpa atrasado em mais de quinhentos anos. Mas também é um grito de alerta.

"Até aqui, erramos todos, talvez por desconhecimento, talvez por ganância, talvez pela irracional crença de que a natureza fosse inesgotável e indestrutível" – disse o secretário de Cultura, Francisco de Lagos. "Pois bem, ela não o é. Nós - e cada uma das gerações que nos antecederam - fizemos o estrago ambiental. Somos parte da natureza e cabe a nós repará-lo" – afirmou o secretário, que atribuiu a ousadia do espetáculo à determinação e empenho do prefeito Dr. Hélio de Oliveira Santos em difundir o trabalho da Orquestra Sinfônica de Campinas para fora do País e que estará no mês de junho apresentando a Campinas a Agenda Ambiental 2007/2008.

Trabalho conjunto

O planeta está doente, e sua salvação depende de cada um de nós. Foi com essa proposta que a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas buscou excelentes parceiros para criar a Sinfonia Ecológica Brasileira, espetáculo de força e sensibilidade inéditas.

Ao unir talentos de diferentes regiões do País, a Sinfonia Ecológica Brasileira visa – a partir de um roteiro de apresentações que recria o trajeto das primeiras monções desbravadoras do século XVI, de São Paulo a Corumbá, às margens do rio Paraguai – lançar um grito de alerta para a necessidade da adoção de medidas imediatas que visem a preservação do meio-ambiente e dos nossos mananciais.

A Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas dispensa apresentações, sendo considerada uma das mais atuantes, criativas e dinâmicas corporações musicais brasileiras, sendo a primeira de sua categoria a ser criada fora das capitais estaduais. Além de um corpo de músicos de excepcional qualidade, conta com regentes do porte de Karl Martin e Carlos Fiorini.

O grupo Acaba Canta-Dores do Pantanal foi formado em 1967 por um grupo heterogêneo de profissionais liberais e empresários de Campo Grande e municípios da região. Em comum, o fato de serem músicos de reconhecido talento, e o interesse na divulgação dos valores da cultura do Centro-Oeste brasileiro, mais especificamente da região do Pantanal.

A Academia de Ballet Juliana Omati foi fundada em Campinas em 1982, sendo a pioneira ao trazer o balé contemporâneo à cidade. Inovadora, a companhia tem trazido à cidade produções sucessivas de espetáculos de gala e festivais. A Academia tem direção de Juliana Omati, coreografia de Juan Castiglione e assistência teatral de Paula Palmiere, contando com um corpo de balé estável formado por doze bailarinos(as).

Oriundo da Escola de Artes e Comunicações da Universidade de São Paulo, o paulistano José Possi Neto é um dos mais importantes nomes do cenário teatral brasileiro, tendo assinado significativas realizações ao lado de grandes nomes da música e do teatro nacionais, como Chico Buarque, Tarcísio Meira, Marilena Ansaldi, Paulo Autran e outros.

"Aprendi a cantar com os passarinhos". Assim a cantora sul-matogrossense Tetê Espíndola define sua formação musical, marcada pela singeleza das vastas planícies e dos horizontes intermináveis do Pantanal. Mantendo intactas suas raízes pantaneiras, Tetê Espíndola é reconhecida como uma das maiores compositoras e intérpretes brasileiras da atualidade.

Os rios que fogem do mar

Nos idos do século XVI, quando os primeiros colonizadores superaram as escarpas da Serra do Mar e deram nas terras altas do planalto de Piratininga, se depararam com uma enorme surpresa. Os rios da região, apesar de terem suas nascentes próximas ao mar, pareciam fugir dele.

Os cursos sinuosos dos rios Atibaia, Camanducaia, Jaguari, Pinheiros, Piracicaba e Sorocaba, entre outros, não corriam no sentido leste, mas se dirigiam ao Tietê. Este também parecia evitar o Atlântico, e dirigia suas águas rumo ao interior profundo, eivado de mistérios, perigos e promessas de riqueza.

Pois foi do paredão de Araritaguaba (pedra onde as araras vem comer, no idioma tupi-guarani) – atual município de Porto Feliz - que as primeiras expedições – denominadas monções - partiram sertão adentro, no século XVI.

A partir deste local, de onde o rio Tietê passa a ser navegável, chegaram ao rio Paraná de onde atingiram Mato Grosso até o limiar do Porto de Corumbá, às margens do rio Paraguai, local cheio de simbolismo e luta, um dos marcos da mais significativa das fronteiras brasileiras a oeste.

O Brasil iniciou sua história nas águas das imediações da Baía Cabrália. Mas deve seu desenvolvimento e consolidação nos primeiros séculos aos aventureiros que, saindo de Araritaguaba, estenderam nossas primeiras fronteiras a oeste até o Porto de Corumbá, às margens do Rio Paraguai.

Estréia e turnê

A Sinfonia Ecológica Brasileira, estreará no dia 4 de junho, na Praça Arautos da Paz, em Campinas, no dia 8 na cidade de Campo Grande-MS); dia 10 na cidade de Corumbá, à margens do Rio Paraguai e nos dias 13 e 15 de junho em Havana, capital de Cuba.

O evento é uma realização da Prefeitura de Campinas contando com o Patrocínio do Governo Federal-Ministério da Cultura, através da Lei Rouanet, Banco do Brasil, Sanasa, Petrobrás, Comgás e CPFL. O apoio é da Assinfocamp, Associação de Apoio à Orquestra Sinfônica de Campinas. A transportadora oficial da delegação será a empresa Oceanair.

Ensaios

Para quem deseja acompanhar um pouco do espetáculo a ser apresentado, a Orquestra Sinfônica e seus convidados estarão ensaiando no gigantesco palco montado na Praça Arautos da Paz, nos dias 30 e 31 de maio, e realizando um ensaio geral com toda a produção, na sexta feira, dia 1º de junho a partir das 19h no mesmo local.

O Programa do espetáculo é um verdadeiro passeio ecológico e cultural pelas florestas, pantanal, cerrados, rios e mar brasileiro. A alvorada,O burburinho dos corixos, a revoada dos pássaros, a queimada das florestas, serão momentos inesquecíveis que ficarão na memória de todos aqueles que assistirem a Sinfonia Ecológica Brasileira. A abertura será feita pela OSMC apresentando a Alvorada da ópera O Escravo, de Carlos Gomes, sucedendo-se com composições inéditas de pesquisadores da cultura ecológica brasileira, como Moacir e Chico de Lacerda, Tetê Espíndola, passando pelo maestro Cyro Pereira, e grandes compositores como Heitor Vila Lobos e Ary Barroso.

 

 Programa

 

 

OSMC - Paço Municipal
Av. Anchieta, 200 - 19º andar
13 015 904 | Campinas - SP
+55 19 2116 0951