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Autores e Obras

06/05/2017

As obras deste programa estão interligadas ao continente americano, sua cultura e suas raízes.

FREDERICK DELIUS (Bradford, 1862 - Grez-sur-Loing, 1934)
Passeio ao Jardim do Paraíso

O compositor inglês Frederick Delius nasceu no mesmo ano de Claude Debussy e se tornou, ao lado do impressionista francês, um dos maiores coloristas do início do século XX, particularmente famoso por seus idílios orquestrais. O Passeio no Jardim do Paraíso (The Walk to the Paradise Garden) é um interlúdio de sua ópera A Village Romeo and Juliet, estreada em 1907, sobre uma história de dois adolescentes filhos de fazendeiros rivais que renunciam à vida para poder consumar seu amor. A poesia e a delicadeza de sua orquestração nos remetem ao espírito contemplativo que Delius desenvolveu durante os anos de sua juventude em que ele morou na Flórida, onde foi exposto à natureza selvagem da região, à cultura afro-descendente, e onde se descobriu como compositor. Mais tarde, de volta à Europa, recebeu influência direta de compositores como Wagner e Grieg, e passou a morar em Paris, onde também criou afinidades com grandes pintores e escritores de sua época.

MATEUS ARAUJO (São Paulo, 1971)
Suíte Brasileira

Em quatro movimentos, a Suíte Brasileira é uma peça que transpõe elementos da Música Popular Brasileira aos recursos expressivos da orquestra clássica, dentro de um estilo cromático e contrapontístico.

O primeiro movimento é estruturado numa forma sonata palíndroma, onde um tema rítmico e outro mais melódico abraçam um desenvolvimento em fugato.

Enquanto o segundo movimento é uma seresta e o terceiro uma valsa, o movimento final evoca a natureza da Amazônia, onde a obra foi composta. As células temáticas dos movimentos anteriores ressurgem para desembocar num segundo tema baseado numa canção de um dos mestres cantadores da região, trazendo a presença das comunidades e levando a uma conclusão festiva.

A Suíte Brasileira foi composta em 2008 e estreada no mesmo ano no Carnegie Hall em Nova Iorque.

Bachmazonia

Bachmazonia é uma Abertura Sinfônica sobre o motivo B-A-C-H (letras correspondentes em alemão às notas si bemol, lá, dó e si natural). Bach usou este anagrama musical como tema ou célula geradora de várias de suas obras, assim como fizeram posteriormente muitos outros compositores em referência a ele. O nome "Bach" propriamente significa riacho, mas o gênio de Bach pode ser considerado o maior manancial da música ocidental.

Nesta peça, imaginei um encontro de Bach com o nosso maior rio de todos, o maior manancial da vida no Planeta Terra.

GEORGE GERSHWIN (Nova Iorque, 1898 - Los Angeles, 1973)
Concerto em Fá

Em seus 38 anos de vida, George Gershwin nos deixou um legado inigualável na música popular (mais de 500 de canções em mais de 50 musicais) e uma obra sinfônica original, que incorporou o sentimento e a identidade do povo americano. Trouxe à tona a expressão jazzística e a levou às suas últimas consequências, culminando em Porgy & Bess, considerada até hoje a maior ópera americana. Seu talento explodiu aos 25 anos com a famosa Rhapsody in Blue, uma peça para piano e jazz band, que foi logo em seguida orquestrada e conquistou sucesso imediato. No ano seguinte, o desafio de Gershwin era mostrar ao mundo a integração de suas habilidades num gênero clássico tradicional como o concerto para piano, e ainda assim expressar seu estilo inconfundível. Gershwin foi o pianista da estreia, no Carnegie Hall em Nova Iorque, em 1925. O Concerto em Fá é uma obra-prima de inventividade e desenvolvimento temático, que passou a influenciar gerações de músicos, (Ravel escreveria seu Concerto em Sol alguns anos depois) - sua energia e frescor continuam intactos.


Mateus Araújo

 

 

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