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Pianista radicada nos EUA se reencontra com o Brasil

23/06/2007

 

Carlota Cafieiro / Agência Anhangüera

A pianista brasileira radicada nos Estados Unidos Diana Kacso está se reencontrando com o Brasil 21 anos depois. A última vez em que se apresentou no País foi no Festival de Campos do Jordão, em 1986. Neste sábado e domingo, ela é a solista convidada do concerto da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, no Centro de Convivência Cultural Carlos Gomes. Diana interpreta duas peças de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): no sábado, Concerto para Piano n 6 em Si Bemol maior K. 238; e, no domingo, Concerto para Piano n 9, em Mi Bemol Maior, K.271.

A pianista conta ao Caderno C que está sendo "ótimo" o reencontro. Filha de húngaro com brasileira e nascida no Rio de Janeiro, ela vive há 35 anos nos EUA. Em pequena turnê pelo País, onde ela pretende voltar a viver, Diana toca em Campinas, depois se apresenta com a Orquestra do Teatro Municipal, em São Paulo e, em setembro, faz recital na sala São Paulo. Sobre os concertos de hoje e amanhã, Diana lembra que as duas peças são da juventude de Mozart. Afirma que há afinidade entre as duas, ambas do período romântico. "São difíceis de executar, marcadas pela juventude do compositor, mas cada nota é uma emoção".

O repertório, lembra, foi escolhido pela sinfônica campineira. Diz, referindo-se à pergunta do repórter se é intérprete habitual de Mozart. Não é. Afirma que tem suas peças preferidas e aquelas de que não gosta. "Isso também é relativo porque às vezes não gostamos de uma obra, mas com o tempo passamos a apreciá-la. Portanto, a questão de gosto é muito subjetiva".

No recital de São Paulo, por exemplo, Diana pretende selecionar repertório que seja de seu gosto, mas levando em conta o interesse do público. Qual seria o compositor de seu gosto? "Dizem que tenho identificação com Liszt (Franz, 1811-1886), talvez por causa da origem húngara".

Sobre o contato com a orquestra, a pianista diz que gostou muito. "Tive ótima sintonia não só com a orquestra, mas também com o maestro (Karl Martin). Claro, não pretendia que eles me conhecessem em tão pouco tempo, mas buscamos uma afinidade de tal maneira que o concerto seja bem apresentado".

Diana Kacso se formou no Conservatório Brasileiro de Música do Rio e recebeu bolsa de estudos para a Juilliard School de Nova York, para onde foi muito jovem. Ao longo da carreira, se apresentou em salas como Carnegie Hall, Concertgebow e Queen Elizabeth Hall, além de diversas apresentações em rádios e TVs pelo mundo. Foi solista de inúmeras orquestras nos Estados Unidos, Europa e Oriente , como as de Munique e Israel, London Mozart Players, London Philarmonic, entre outras, e recebeu 15 prêmios em concursos internacionais.

Concerto

O concerto da orquestra no fim de semana se completa com Sinfonia n 92, em Sol Maior Oxford, de Franz Joseph Haydn (1732-1809), escrita em 1788. A peça está entre as mais significativas do músico austríaco, entre os 750 trabalhos que compôs. Haydn é considerado o "pai da sinfonia". Compôs mais de 100 delas.

Aliás, o concerto traz dois compositores sintonizados um com a obra do outro. Haydn se impressionou com a obra de Mozart e, a partir de 1781 iniciou sólida amizade com o jovem gênio. Mozart, em contrapartida, escreveu seis quartetos dedicados a Haydn.

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