Ingressos Programação Contato
Discografia
Hist. Administ.
Linha do Tempo
Notícias
   
   

Notícias

25.04.2007
Radamés Gnattali

Radamés Gnattali  [Biografia e Discografia]

 

“Radamés é o pai musical de muita gente.” Assim Tom Jobim referiu-se a Radamés Gnatalli (Porto Alegre, 1906-Rio de Janeiro, 1988), um músico que transitou com desenvoltura entre a música erudita e a popular. Sua produção em ambos os campos é bastante vasta e calcula-se que tenha escrito cerca de 6.000 arranjos, entre eles alguns memoráveis como o de Aquarela do Brasil de Ary Barroso, canção que é até mais conhecida pela sua introdução, e Carinhoso de Pixinguinha. Também escreveu música para mais de cinqüenta filmes, entre eles alguns clássicos da cinema brasileiro como Ganga Bruta de Humberto Mauro (1933), Rio 40 graus de Nelson Pereira dos Santos (1955),  A falecida (1965) e Eles não usam black-tie (1981, direção musical), ambos de Leon Hirszman. A música de Radamés também embalou a infância de muita gente, já que ele era responsável pela orquestração da série “Disquinho”, que durante muitos anos apresentou gravações de histórias clássicas, como Branca de Neve e os sete anões, Chapeuzinho Vermelho, A formiguinha e a neve, História da Baratinha, Festa no céu ou A cigarra e a formiga.

Durante treze anos trabalhou no programa da Rádio Nacional intitulado “Um milhão de melodias", para o qual chegava a fazer nove arranjos por semana. A orquestra dessa emissora, criada por ele nessa ocasião, propiciou enormes avanços para a música brasileira, já que estabeleceu um novo padrão de orquestração ao privilegiar as características da música brasileira em vez de utilizar a formação americana de base jazzística que se usava na época.
Trabalhou também como maestro e arranjador na TV Excelsior de 1963 a 1967 e a partir daí até 1986 na TV Globo, quando criou, entre outras, a música incidental da novela Roque Santeiro.

Apesar da produção primorosa e caudalosa na música popular, Radamés afirmou: “amo a música popular, mas se pudesse trabalharia somente sobre a música erudita”. Neste campo deixou também uma grande quantidade de obras memoráveis como a série Brasilianas,  sinfonias, concertos e peças instrumentais para as formações mais diversas, para instrumentos solistas e canções. Entretanto, apesar de sua adesão incondicional à música brasileira, nunca abriu mão de seu estilo pessoal no qual se observam influências de Debussy e do jazz.
É interessante notar duas características de sua obra: a primeira é que gostava de compor para formações insólitas, aliando instrumentos mais afetos à música popular às orquestras tradicionais; a segunda é que, como disse certa vez, sempre escrevia música para os amigos. Dessa conjunção de fatores surgiram obras memoráveis como Concertos para Harmônica de Boca e Orquestra, dedicado a Edu da Gaita, para Acordeom e Orquestra, dedicado a Chiquinho do Acordeom, para Violão e Orquestra, dedicado a Aníbal Sardinha (Garoto) e a suíte Retratos para Bandolim e Orquestra, dedicada a Jacob do Bandolim, entre outras.

 




 
    Lotuspró Lexxa Internet