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19.12.2009
Autores e Obras

 

MIKHAIL IVANOVITCH GLINKA (Smolensk, 1804 – Berlin, 1857)

Russlan e Ludmila - Abertura

Aleksandr Pushkin (1799-1837), um dos maiores poetas de todos os tempos, escreveu Ruslan e Ludmila aos 21 anos. Glinka decidiu escrever um balé sobre este poema e convidou o próprio Pushkin para escrever o libreto. Mas este faleceu em um duelo e sua morte foi um golpe nas pretensões de Mikhail Glinka. Sem o criador do poema e libretista tudo começou a dar errado, apesar da contratação de cinco profissionais para terminar o texto. O trabalho se arrastou e a ópera, que estreou em São Petersburgo no dia nove de dezembro de 1842, não foi bem aceita. O que ficou dela foi a abertura, considerada uma das peças fundamentais do repertório da música russa, embora Glinka tenha confidenciado que a escreveu durante os ensaios da ópera diretamente na partitura, sem qualquer esboço.

A abertura de Russlan e Ludmila começa com temas oriundos da alegre cena final da ópera, que são confrontados com um trecho lírico retirado do segundo ato, no qual Russlan, em meio a uma batalha, relembra sua amada Ludmila. Já no final da peça trombones fazem uma rápida menção a Tchernomor, o típico anão malvado dos contos de fadas, mas a música logo recupera seu ímpeto e chega cheia de alegria aos compassos finais, indicando que os protagonistas, ao contrário de seu criador, viveram felizes para sempre.

 

AARON COPLAND (Nova York, 1900-1990)

Rodeo: Corral Nocturne – Saturday Night Waltz

Compositor mais destacado de sua geração nos Estados Unidos, Copland começou sua carreira escrevendo em estilo bastante dissonante, mas aos poucos desenvolveu um novo estilo diminuindo a técnica modernista, combinando-a com texturas simples, melodias e harmonias diatônicas, em geral baseadas em elementos folclóricos. Entre suas obras destacam-se El Salón Mexico (1932-36), suíte orquestral, à qual incorpora melodias folclóricas mexicanas, e os balés Billy the Kid (1938), Appalachian Spring (1943-44), escrito para dançarina Martha Graham, uma das pioneiras da dança contemporânea e Rodeo (1942), que trabalham com música rural norte-americana.

O balé Rodeo foi coreografado por Agnes de Mille para o Balé Russo de Monte Carlo, companhia que se transferiu para os Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. Girando em torno da história de cowboys, consiste de cinco seções, das quais Corral Nocturne é a terceria e Saturday Night Waltz  a quarta.

 

JOHANNES BRAHMS (Hamburgo, 1833-Viena, 1897)

Danças Húngaras n° 1, 3 e 10

Brahms entrou em contato com a música húngara ao fazer uma turnê acompanhando ao piano o violinista Eduard Hoffman, conhecido como Remenyi. É curioso notar que foi durante esta turnê que Brahms conheceu o casal Robert e Clara Schumann, que tanta importância viria a ter em sua carreira.

As primeiras Danças Húngaras foram compostas para dois pianos e estrearam em uma apresentação de Brahms e Clara Schumann em 1868. No ano seguinte foi publicado o primeiro livro e o editor de Brahms o incentivou a escrever outros três, que foram publicados em 1880. No total escreveu vinte e uma danças, sendo somente as de número 11, 14 e 16 totalmente originais, as demais são baseadas em czardas que Brahms encontrou em antigos livros de música húngara.

Em 1872 arranjou as primeiras dez danças para piano solo e no ano seguinte orquestrou os números 1,3 e 10. Brahms fez muito mais que arranjar peças populares, deu-lhes um caráter mais grandioso, expandindo a sua forma e inserindo transições de tempo abruptas, mas sem perder o caráter dos violinistas ciganos. Segundo o escritor Malcom Mac Donald “Brahms tirou vantagem da liberdade rítmica, das oportunidades de cruzamento de ritmos e rubatos, do estilo melódico popular e das cadências exóticas que o idioma oferecia.”

 

ALEXANDER BORODIN (São Petersburgo, 1833-1887)

Danças Polovtsianas

Borodin era formado em química e foi professor e pesquisador de renome. Apesar da carreira científica, manteve intensa atividade como compositor, escrevendo música instrumental de caráter lírico com influência do folclore, embora raramente incluísse citações literais de canções folclóricas em suas composições.

Trabalha com um esquema de tonalidades típico do estilo russo, com utilização de movimentos por meio-tom ou trítonos, resultando em temas melodiosos e textura orquestral transparente. Entre suas obras mais importantes podemos citar seus dois quartetos de cordas, a Sinfonia n° 2 em Si menor e Nas Estepes da Ásia Central - um esboço sinfônico (1860), na qual descreve o encontro no deserto entre uma caravana russa e um grupo de turquestões, cruzando habilmente melodias folclóricas dos dois paises.

No campo operístico Borodin se destaca pela ópera Príncipe Igor, da qual fazem parte as Danças Polovtsianas. O enredo da ópera é baseado em um épico russo e conta a história do príncipe Igor Svjatoslavich, que em 1185 lutou contra a invasão dos polovtsianos, tribos nômades oriundas provavelmente da Turquia. Na ópera estas danças são apresentadas no final do segundo ato, com intervenção do coro, que é omitido na versão orquestral. 

Na cena em que aparecem as Danças Polovtsianas, o líder polovtsiano Kontchak, que havia aprisionado o príncipe Igor, tenta tratá-lo gentilmente e para entretê-lo ordena a seus jovens escravos que dancem para Igor. Formadas por vários episódios, as Danças Polovtsianas tem cinco partes: Dança das Jovens, Dança dos Homens, Dança Coletiva, Dança dos Rapazes e no final é retomada a Dança dos Homens, que se intensifica até o limite das possibilidades físicas.

 

Johann Strauss II (Viena, 1825-1899) Oi meninas,

Sangue Vienense, Valsa, op. 325

O Barão Cigano - Abertura

Danúbio azul - Valsa

Leichtes Blut (Sangue Ligeiro), Polca op. 319

Marcha Radetzky, op. 228

Filho de outro mestre da música ligeira, Johann Strauss, então considerado o rei da música de dança, Strauss II logo começou a disputar com o pai a fama de compositor mais popular de Viena. Ambos tinham orquestras diferentes e rivais, mas foi somente após a morte do pai em 1849 que Strauss II assumiu a posição que até então pertencera ao pai.

Na sua mão a valsa mudou de status, passando de dança popular a entretenimento imprescindível nas festas e salões de Viena, invadindo também salas de concerto em toda a Europa. Dentre as mais famosas encontram-se Sangue vienense, op. 325 e a arqui-famosa Danúbio Azul, considerada como um hino não oficial da Áustria.

Johann Strauss II, além de suas famosas valsas, escreveu polcas como Sangue Ligeiro, quadrilhas, marchas e dezesseis obras para cena, entre elas Die Fledermaus (O morcego, 1874), Eine nacht in Venedig (Uma noite em Veneza, 1883) e Der Zigeuner baron (O barão cigano, 1855), da qual ouviremos a abertura.

A Marcha Radetzky é de 1848 e foi dedicada ao marechal austríaco Joseph Radetzky von Radetz, tornando-se muito popular entre os soldados. Conta-se que na primeira vez que foi apresentada aos oficiais austríacos, estes começaram a acompanhar o ritmo batendo palmas e pés, o que se tornou uma tradição mantida até hoje. Apesar da origem militar, a peça foi adotada nas festas e salões vienenses e passou a integrar o repertório de inúmeras orquestras sinfônicas ao redor do mundo.

 

Lenita W. M. Nogueira

 




 
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